“10 línguas pelo preço de uma” é uma das chamadas para o novo modelo do Sqweel 2 que estará nas lojas a partir de agosto.
O objeto está aí para nos lembrar como a mecânica está presente nos mais variados produtos eróticos, a serviço do prazer! E a inspiração mecânica vem de longe…
Em 2009, quando eu escrevi o artigo Sqweel: simulador de sexo oral, ele não vibra, mas gira… , falando do lançamento do primeiro Sqweel, um leitor comentou que “ainda preferia a sua língua para satisfazer a parceira”. O comentário levanta uma questão sobre a relação sexo e macânica, aclamada por uns e criticada por outros.
Agnès Giard faz um retrospecto do tema na literatura, apontando as principais discussões sobre a questão. Segundo a autora o “mecano-erotismo” é uma palavra inventada pelo sexólogo Magnus Hirschfeld no século XIX, para falar sobre a influência das primeiras maquinas a vapor e pedal. Os ritmos incansáveis – próximos da obsessão compulsiva que imitam o êxtase repetitivo de uma relação sexual sem fim.
De lá pra cá, cientistas , médicos, pesquisadores de diferentes áreas tem investigado a relação máquina-sexo e, entre eles, destacamos Tomi Ungerer – filho de um relojoeiro astronômo – que em 1969 fará uma crítica à mecanização do sexo e ao império do lucro aplicado ao orgasmo. Em “fornicon” você irá se deparar com seus desenhos, que revelam uma estética tão cruel e gelada quanto as máquinas que eles denuncia.
No entanto, a crítica ao lucro e aos objetos eróticos também não são nenhuma invenção da roda. Enfim, Tomi Ungerer também não visava algum retorno com suas criações eróticas?
Sendo assim, seguimos inventando a roda, como alude a própria propaganda do Sqweel 2.