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Maratona de orgasmo: você conhece?

Já ouviu falar de uma maratona de masturbação? não! Então chegou a hora de conhecer o Masturbate-a-thon. Isso mesmo, existe uma maratona de verdade….

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O principal objetivo da maratona é quebrar o tabu em torno da masturbação que quando não é vista como um ato “pecaminoso” é vista como um ato solitário ou secundário em nossa sexualidade.

Apesar de muitas sociedades já considerarem que a masturbação pode ser benéfica para a saúde,  em muitos círculos ela ainda é um tabu. Esta é a razão da maratona, que já existe há vários anos em São Francisco ou Londres, e agora desembarca em Copenhague.

Quer ter uma idéia de como seria participar? acompanhe aqui e assista um vídeo muito explicativo sobre o evento…

Costumes

Parte 2- MASTURBAÇÃO:CULPAS, PECADOS E BLÁ BLÁ BLÁ

Para continuar no tema <<masturbação>>…

Uma herança biológica

Os estudos antropológicos indicam que, na maioria das sociedades humanas, independentemente dos princípios éticos, pelo menos alguns de seus membros se masturbam.

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A tendência para estimular os próprios órgãos genitais é uma capacidade que os indivíduos das sociedades civilizadas compartilham não apenas com os povos primitivos, como também com várias espécies de mamíferos.

Um dos objetivos do estudo da masturbação, nas várias culturas humanas e em outras espécies de mamíferos, é o de avaliar até que ponto alguns aspectos do comportamento sexual são transmitidos como parte da herança evolucionária entre as espécies.  Alguns estudos permitem, inclusive, concluir que alguns procedimentos adotados pelo homem em seu comportamento sexual – inclusive os considerados anormais pelos códigos morais de algumas religiões – são na verdade características básicas de todos os mamíferos.

Várias espécies de mamíferos adotam a masturbação como complemento ou até mesmo como substituto eventual do coito. Entre os macacos, verificou-se que os machos a praticam com mais freqüência do que as fêmeas.  Alguns zoólogos indicam que não só os primatas, mas outras ordens de mamíferos também se masturbam: ratos, coelhos, doninhas, cavalos, vacas, elefantes, cachorros, gatos, esquilos e porco-espinho.

E Freud, o que tem com isso?

Você conhece Marie Bonaparte? descendente do irmão do imperador Napoleão, princesa da Grécia e da Dinamarca, ela salvou a vida de Freud.

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Enquanto os nazistas estavam no poder, e, 1938 ela convenceu Freud a ir para o exílio com sua família e lhe adiantou o dinheiro da caução que os alemães chamavam de “taxa de saída”. Freud reembolsou este dinheiro mais tarde, uma vez em segurança para morrer de seu câncer (em 23 de setembro de 1939)… Quanto à Marie Bonaparte, esta não cessaria nunca de defender a obra de seu querido mestre: ela considerava Freud como o único psicanalista confiável e foi com ele que ela se consultou durante anos, em seu divã… Para seu infortúnio.

Seu infortúnio com Freud ocorreu porque – apesar de todas as teorias engenhosas que ele fez avançar sobre a noção de sonho ou do inconsciente – ele defendeu as idéias deploráveis sobre a sexualidade feminina. Deplorável? Não, pior. Segundo Freud, uma mulher que se uma mulher que se masturba na idade adulta não é uma verdadeira mulher. Sob a influência dessa teoria, Marie Bonaparte, que (como a maioria das mulheres) tinha dificuldades de gozar apenas com a penetração – operou seu sexo em várias ocasiões… É uma das primeiras mulheres no mundo a sofrer operações de cirurgia plástica genital. Para as vítimas de Freud, ser clitoridiana é ser frígida.

Convencida de que era anormal, a princesa dedicou toda a sua vida para “consertar” a vagina, que continuava surda as penetrações. Para superar esta “frigidez”, ela acreditava que faltava aproximar o clitóris da vagina… Em três ocasiões entre 1927 e 1931, a infeliz se fez mutilar, massacrar, por cirurgiões que não eram mais do que crianças de bisturi.  Freud queria que ela se “curasse” só pela psicanálise. Mas nada – nem facas, nem sofá – permitiram à Marie Bonaparte “tornar-se uma mulher de verdade.”

Em sua busca pelo prazer vaginal, a princesa irá encontrar inclusive outras “doentes” que, como ela, só obtinha o prazer pela estimulação do clitóris. Em 1929, em Berlim, ela escreve em um texto, intitulado Notas sobre a excisão, que ela conheceu uma jovem alemã “que sofria de masturbação compulsiva, que havia sofrido várias mutilações cirúrgicas sem sucesso”: a paciente cortou a glande clitoridiana… Sem resultado, é claro. Para gozar, ela continuava a acariciar esta zona, esfregando a cicatriz com desespero…

Em Médicos e sexualidades, Yves Ferroul, historiador de sexologia, nota que este modo de intervenção médica começa no século XVIII: primeiro colocamos anéis de metal no prepúcio dos meninos e nos grandes lábios das meninas, para que eles não tivessem relações sexuais antes da noite de núpcias. Um cinto de castidade radical. Mas, como a infibulação não impede as meninas de se tocar e algumas usam as presilhas para massagear seu sexo,  os cirurgiões, muito rapidamente, recomendavam a excisão. “Se o clitóris se revela uma fonte de excitação constante, devemos considerá-lo como uma doença, e remoção é legal”, explicavam sabiamente os doutores (que esqueceram de sugerir que cortassem a língua dos grandes comedores) …

Coisas do século passado?

Na Inglaterra nos anos de 1860, na Áustria, na França até o final do século XIX, depois nos Estados Unidos nas primeiras décadas do século  XX, a remoção do clitóris era moda.

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Alguns médicos cauterizavam com ferro quente. Outros queimavam a  vulva inteira com nitrato de prata … Vindo de Istambul o Dr. Demétrio Zambaco, um verdadeiro perverso, tortura duas meninas com indisfarçável prazer. O texto que ele apresentou na Academia de Medicina em 1882 não representou nenhum escândalo. Ele diz: “Eu queria começar a experimentação na pequena Y … (…) Em 8 de setembro, esta pobre criança era toda tremor. Ela me suplica para não queimá-la… (…) Em 11 de setembro, “Você não tem mantido a sua promessa, eu disse a ela, eu vou provar que você está errada… (…) Em 16 de setembro, “nova cauterização, eu aplico três pontos de fogo em cada lábio, e outro sobre o clitóris, para punir a sua desobediência eu cauterizei suas nádegas e costas com um grande ferro.”

Até 1920 (e mesmo depois) os pais tolos continuam a colocar em seus filhos luvas grossas, sem dedos, que eles prendiam firmemente aos pulsos. Depois disso, eles os ajeitavam em suas camas, bem fechados.  Nos internatos, supervisores cuidavam para que as crianças sempre dormissem com os braços acima da coberta. À noite, alguns meninos e meninas eram até mesmo enfiados em sacos que os transformam em múmias. Roupas reforçadas, revestida com couro na área genital também eram usadas durante o dia…

Em 1952, na primeira edição do Manual Estatístico de Transtornos Mentais (DSM), para a Associação Americana de Psiquiatria, os comportamentos sexuais, como masturbação, homossexualidade, felação, cunnilingus e o nomadismo sexual foram classificados como desordem patológica e doença mental.

Novos conceitos

Atualmente os conceitos sobre a masturbação estão bastante mudados. A masturbação passou a ser aceita como uma etapa evolutiva entre o auto-erotismo da criança e a sexualidade do adulto.

investigações no campo da fisiologia sexual ajudaram a eliminar alguns mitos científicos. Um deles foi o mito de que a obtenção do orgasmo por masturbação, no sexo feminino, dependeria sobretudo da estimulação clitorídea e labial. Assim a resposta erótica se concentrou nas estrutras genitais externas.

Posteriormente pesquisadores americanos (William Masters e Virginia Johnson) afirmaram que os orgasmos femininos não deveriam ser divididos em clitorídeos e vaginais, pois constituem um reflexo que inclui um comportamento sensitivo do clitóris e uma resposta motora da vagina.

A idéia de que a masturbação pudesse conduzir a eventuais danos físicos ou mentais também sofreu uma revisão. No início do século XX, alguns médicos atribuíram “doenças terríveis” à prática da masturbação. Contudo, nas décadas de 30 e 40, autores como R.E. Dikerson e Havelock Ellis reconheceram que os primeiros haviam cometido evidentes exageros quanto aos efeitos da prática, mas advertiram que tudo era uma questão de quantidade, ou seja, não seria prejudicial se não fosse praticada em excesso. Como nunca se definiu exatamente quando a prática passava a ser excessiva, gerações continuaram sem saber se a freqüência com que a praticavam era maléfica ou não. Na verdade, até bem pouco tempo (e ainda hoje – apesar dos consideráveis avanços muitos ainda vêem a masturbação como tabu) continua a existir sanção, indireta e sutil, porém tão prejudicial para a personalidade quanto às condenações escancaradas nos períodos passados.

Costumes

Masturbação:culpas, pecados e blá blá blá

Tão antiga quanto a própria humanidade, a masturbação é praticada pela maioria dos homens e das mulheres durante grande parte de suas vidas.

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Considerando alguns pedidos; o fato de que ainda não havia falado sobre este tema (diretamente), e, ainda, o excelente material  que descobri sobre o assunto, resolvi transcrever os itens mais relevantes de um livro que chegou em minhas mãos recentemente – AMAR: A realidade sobre a vida sexual. Editora Abril. 1977 –  devido a data da publicação vou intercalar os estudos apresentados pelo livro (que estarão em itálico) com algumas impressoes e observações que tive ao pesquisar sobre o tema na Internet, acho que pode dar um diálogo legal. Aceito sugestões para o próximo post que será continuação do tema.

Masturbação

A palavra masturbação- citada pela primeira vez pelo poeta Marcial, no século I d.C – tem conotação acentuadamente negativa, pois deriva de “manu” e “strupare”, que significa “sujar com as mãos”.

A maioria das pessoas sente-se envergonhada e culpada por se entregar à masturbação. Alem disso, há o receio infundado de que esse ato solitário provoque toda sorte de distúrbios físicos e mentais.

E, mesmo com as inúmeras confissoes que temos hoje na Internet, observa-se um grande número de questões e dúvidas sobre o ato, encontrei vários fóruns discutindo se masturbação é pecado ou não. Mas porque esse tipo de discussão ainda hoje?

O sentimento de culpa decorrente da masturbação tem várias fontes. Uma das principais é de ordem moral e se baseia, sobretudo, na tradição judaíco-crista. Essa tradição religiosa, que influenciou todo o pensamento ocidental, sempre se posicionou contra a masturbação.
Toda sorte de discursos se ocuparam do tema, tornando a masturbação uma prática a se evitar.  Por trás dessa idéia está a crença religiosa de que o sexo só deve servir para a procriação, logo, masturbar-se levaria a um ato pecaminoso e desnecessário voltado apenas para o prazer físico.

Além de se sentirem culpadas, as pessoas que se masturbam, em sua maioria, sofrem com a idéia de que esse hábito prejudica a saúde. As consequências dessa ansiedade se manifestam, em maior ou menor grau, tanto em crianças como em adolescentes e adultos. Forçados a enfrentar o problema, pais e educadores muitas vezes não sabem como abordá-lo, tolhidos por preconceitos ou pela falta de informações.

Além do sentimento de culpa, há outras razões que podem levar uma pessoa a evitar a masturbação, ou, pelo menos, a praticá-la com menos frequência. Muitas mulheres, por exemplo, recusam-se a adotar esse hábito por sentirem-se diminuídas ao obterem um orgasmo exclusivamente pela estimulação do clitóris. Essa preocupação aponta para uma acentuada pressao cultural que diz que o orgasmo verdadeiro é aquele obtido na relação sexual com o parceiro, o orgasmo solitário não é saudável, a mulher que se masturba não é capaz de se satisfazer com o parceiro, etc…

No entanto, muitas pesquisas já indicaram não haver qualquer relação significativa entre a frequência de masturbações e o número de coitos praicados pelas mulheres entrevistadas; ou seja, o fato de elas se masturbarem não diminui seu interesse pela atividade sexual.

A Masturbação é prejudicial?

Segundo o ponto de vista médico atual, não há relação entre a masturbação e as doenças de qualquer espécie. Portanto, muitas das preocupações e medos  – manifestados como: o fato da masturbação impedir a gravidez, fazer crescer mamas nos homens, prejudicar a relação sexual com o marido, provocar um desenvolvimento exagerado da vulva ou diminuição do pênis – são totalmente infundadas. Mas a força das crenças populares e de mitos criados pela própria medicina alimentaram grande número desses medos que aparecem na fala de diferentes sujeitos até hoje.

Até o ínicio do século XX, muitos médicos acreditavam que essa atividade “enfraquecia” as pessoas, provocava doenças e até produzia insanidade mental se praticada em excesso. Essa crença se originou, aparentemente,  da observação de doentes mentais que se masturbavam nos manicômios. Os médicos da época não se deram conta de que aqueles pacientes, por estarem internados, não tinham outras alternativas para aliviar sua tensão sexual, a nao ser por meio da masturbação. Contudo, as observações médicas levaram à conclusão de que tinha sido ela a causa da demência daqueles pacientes. Tratados médicos do século passados continham descrições minuciosas de outras “horrorosas consequências” supostamente provocadas pela masturbação: tuberculose, verrugas e pêlos nas mãos, acne, perturbações digestivas, esterilidade, cegueira, crianças defeituosas, dores de cabeça, prblemas nos seios, anomalias genitais, doenças renais e outros distúrbios.

Para encerrar essa discussão inicial, observe a imagem do famoso quadro Philippe Pinel e as Loucas, de T.R.Fleury, Paris.

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Quais seriam os novos conceitos sobre a masturbação? continua no próximo post.

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