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Literatura

"A mulher de leão, mesmo sem fome, pega, mata e come!"

Ah, a poesia! Nada alegra mais o meu dia, nada me deixa mais feliz do que ler um belo poema, desses que falam com a gente, que botam a gente sorridente, que afirmam nossas impressões…

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Hoje descobri, pelo twitter, que a poesia completa de Vinicius está disponível em www.brasiliana.usp.br. Lá, uma obra maravilhosa: Um signo, uma mulher. A partir de cada signo o poeta define várias mulheres.

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Leonina que sou, liberal e antagônica que sou, que alegria! Que satisfação, quando li o poema da mulher de leão! Pura verdade poética!

LEÃO

A mulher de Leão
Brilha na escuridão.

A mulher de Leão, mesmo sem fome
Pega, mata e come.

A mulher de Leão não tem perdão.

As mulheres de Leão
Leoas são.

Poeta, operário, capitão
Cuidado com a mulher de Leão!

São ciumentas e antagônicas
Solares e dominicais
Igneas, áureas e sardônicas
E muito, muito liberais.

(Vinicius de Moraes)

Literatura

Sexo Casual

Ao reler algumas páginas de minha agenda do ano passado encontrei um texto de Carina de Luca, que escreveu alguns poemas para a agenda da Tribos em 2009. Achei interessante e resolvi compartilhar. Aí está.

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Sexo casual sincero pode ser mais digno do que um suposto amor pra sempre – do véu e grinalda ao ódio preso entre agulhas de crochê e uma cadeira de balanço. Pode ser feito com respeito.  Ao menos, mais consideração do que a que (não) há pelos aniversários de casamento, de namoro, de filhos.  Pode ser epifânico.  Enquanto isso, onde os alumbramentos com a convivência? Pode ser amor – ainda que instantâneo e rapidamente findo. Melhor que sentimento cheirando a guardado em algum fundo de gaveta. (Carina de Luca – Livro da Tribos, 23 Ago 2009)

C´est vrai!

Literatura

Amor – pois que é palavra essencial

Considerando o interesse geral de nossos leitores por poemas eróticos, dedicamos o artigo de hoje a um dos mais ilustres poetas brasileiros: Carlos Drummond de Andrade, e sua lindíssima obra O amor Natural .

Abaixo alguns recortes (escrever todos os poemas é sacanagem – mas não sacanagem boa) desta obra que vale muito ser lida por inteiro, ser guardada, vigiada, relida, emprestada e resgatada para garantia de gozos literários futuros.

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Amor – pois que é palavra essencial
(…)
Quantas vezes morremos um no outro,
no úmido subterrâneo da vagina,
nessa morte mais suave do que o sono:
a pausa dos sentidos, satisfeita.

Então a paz se instaura. A paz dos deuses,
estendidos na cama, qual estátuas
vestidas de suor, agradecendo
o que a um deus acrescenta o amor terrestre.

bunda

A Bunda, que engraçada
A bunda, que engraçada
Está sempre sorrindo, nunca é trágica.
Não lhe importa o que vai
Pela frente do corpo. A bunda basta-se.
(…)

telesexo

À meia-noite, pelo telefone,
conta-me que é fulva a mata do seu púbis.
Outras notícias do corpo não quer dar, nem de seus gostos.
Fecha-se em copas:
“Se você não vem depressa até aqui
nem eu posso correr à sua casa,
que seria de mim até o amanhecer?”
Concordo, calo-me.

Certamente o livro tem outros poemas e se dedica a transformar práticas sexuais orais, anais, e outras mais românticas, em um livre exercício de desprendimento literário.  Para facilitar a aquisição listamos abaixo alguns sebos onde pode-se encontrar a obra.  A primeira edição é mais cara, mas contém ilustrações de Milton DaCosta.

Estante Virtual
Sebo do Marcao

Obs: As imagens deste artigo foram retiradas do site Sex In Art.

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